No século passado, foram criados órgãos preocupados com o desenvolvimento e sua qualidade das empresas. O tema da sustentabilidade ou do meio ambiente também ganhou força especial nesse período. O documento “Agenda 21”, criado por governos e instituições de quase 180 países na ONU, ECO 92, tem esse objetivo. A discussão passava pela qualidade do desenvolvimento, preservação do meio ambiente e implementação da justiça social.
Outra preocupação oriunda da Rio 92 foi a obrigatoriedade para que as empresas dos países, em particular, da Europa, informassem o quanto elas emitiram de gases de efeito estufa em cada ano. Surgiria, mais tarde, o Mercado de Crédito de Carbono Voluntário com o objetivo de que os países que não eram considerados poluidores históricos pudessem participar, vendendo créditos de carbono para os países que, historicamente, não estavam entre os maiores poluidores.
No campo empresarial, dentre as várias instituições criadas para ajudar a participação das empresas, está a “International Federation of the Standardizing Associons (ISA)”, criada em 1926 e fechada com o início da Segunda Guerra mundial. Mais tarde, a ISA se tornaria a ISO, que significa “International Organization for Standardization” (Organização Internacional de Normalização). Um dos objetivos dessa organização é desenvolver normatizações de produtos e serviços e fazer a unificação dos padrões industriais para que a empresa possa atuar conforme critérios e exigências da sociedade atual. O processo de certificação solicitado pela empresa contempla a parte da implementação de um sistema de Gestão Integrada que pode ser composto das seguintes ISOs: Qualidade, ISO 9001; Meio Ambiente, ISO 14001 e Segurança e Saúde Ocupacional, OHSAS 18001.
Vários especialistas têm mostrado que o século XXI será o período de mudanças. Muitos critérios usados no passado para fazer a gestão das empresas, das cidades, dos negócios e da própria vida não estão dando conta de responder às novas demandas. As instituições e empresas estão sendo avaliadas o tempo todo. As organizações que não conseguirem se adequar perderão espaço no mercado e se enfraquecerão diante das concorrências. Todos esses órgãos de controle e certificação que foram criados no século passado também terão que se atualizar.
Algumas iniciativas atuam na direção contrária da ISO, que prioriza uma visão macro e global. Surgiram certificações que se preocupam com a visão micro da empresa e até participam do processo interno das mesmas. Uma das críticas feitas ao modelo da ISO é que muitas empresas passaram a buscar a certificação apenas porque agregava valor à instituição ou pelo fato de que cumprir exigência de determinados clientes, abria portas para vencer os concorrentes. Após as empreses serem certificadas, os consultores não permaneciam na organização que continuava agindo como era no passado. Não haviam mudanças estruturais e continuadas.
Um exemplo é a Certificação WTS-100 – Whole Sustainability, criada em diálogo com pesquisadores da Alemanha, Portugal e Brasil. Foram mais de 10 anos de estudos. A certificação WTS-100 auxilia, prioritariamente, na mudança de cultura na empresa nas áreas: Pessoas, com o WTS Coaching; Processos, com a implantação da Gestão Inteira por Ciclos; Tecnologias Sustentáveis com o investimento em alternativas sustentáveis e energias renováveis e o Negócio Sócio-Sustentável, com investimento em negócios sociais e culturais. Executivos e empresas que buscam a Certificação WTS-100 já compreenderam as principais demandas de gestão, processos e pessoas no século XXI. O desafio das empresas desse século é promover saúde inteira, implementar a sustentabilidade e promover o desenvolvimento local.
Dell Delambre (WTS Coach & Whole Sustainable Consultant – PhD)
Bibliografia
CHARAN, Ram. O líder criador de líderes. São Paulo: Campus, 2009.