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Perguntas sobre a Eficiência do Coaching no Brasil

Perguntas sobre a Eficiência do Coaching no Brasil

Provavelmente, você já tenha escutado falar sobre Coaching. Atualmente, fala-se em Life Coaching para se autoconhecer, melhorar e alcançar metas da vida pessoal e Coaching Business aplicado à dinâmica dos trabalhados de uma empresa. Pode-se falar ainda de Coaching empresarial e diferentes modalidades que são usadas atualmente. Os especialistas alemães Johann Kluczny e Katrin Nandelstädt propõem um modelo Integrado de Coaching: Das Coaching-Prisma. Isso significa dizer que todas as dinâmicas da vida devem estar integradas. Mas você deve estar se perguntando em que o Coaching pode ser útil para sua vida? Dentro do Coaching Prisma, eles falam da prática de Coaching como desenvolvimento de competências. Isso significa dizer que o processo de Coaching pode te ajudar a descobrir as suas melhores potencialidades e capacidades para alcançar seus objetivos de forma eficiente.

Infelizmente, o Coaching ainda não faz parte da metodologia educacional no Brasil. No início do ano, quando estive nos EUA, encontrei um livro de língua inglesa que usa algumas perguntas chaves que fazem parte de uma sala de coaching. No Brasil, ainda é preciso fazer muitas discussões, debates e seminários a fim de que o coaching se torne relevante no diálogo com a cultura brasileira e atenda as demandas peculiares do Brasil.

Nesses anos trabalhando com coaching e utilizando os critérios acadêmicos, percebo algumas lacunas nas principais escolas que oferecerem formação em coaching no Brasil. A primeira delas se refere ao período de formação. Atualmente, uma pessoa com um curso de dois finais de semana recebe a titulação de coach e começa a receber clientes. É fato que uma das coisas que mais me agrada no coaching é a simplicidade e a praticidade. Porém, isso não retira a complexidade e a responsabilidade pelo fato de acompanhar uma pessoa. Isso exige preparo e o mínimo de saúde emocional. A questão não se refere necessariamente ao processo de coaching, é o processo de ser ponte, baliza e referência para outra pessoa. Entre o cidadão que busca o serviço e o profissional que se propõe a fazer o coaching, existe um mar de subjetividades que, se não forem reconhecidas e cuidadas, podem interferir negativamente no processo. O resultado negativo pode ser traumático tanto para o profissional quanto para o cliente.

O outro detalhe que gostaria de pontuar é sobre a essência da metodologia de coaching. Os exemplos em várias partes do mundo mostram que o coaching é uma metodologia eficiente para bater metas e alcançar resultados. Qualquer formação de coaching que se diga transdisciplinar e preocupada com as demandas de saúde pessoal e ocupacional do nosso século, terá que gastar um tempo dialogando sobre o lugar que o resultado e as metas ocupam hoje na crise de paradigma ou na modernidade líquida conforme fala o reconhecido sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Vários transtornos de ansiedade podem ser desencadeados pela pressão atual da sociedade que exige constantemente resultados e batimentos de metas que nunca têm fim. Não é sem razão que o coreano, professor de filosofia em Berlim, escreveu um livro, que hoje é referência, no qual ele denomina nossa época como sociedade do cansaço. Será que um profissional de coaching, que não passou por uma discussão séria sobre as patologias, angústias e crises de nossa sociedade, não corre risco de ser agente também dessas patologias com sua profissão?

Estou fazendo referência a esse caso simplesmente para mostrar que não é simples a questão do coaching. No Brasil, será necessário debater modelos de formação transdisciplinar e abrangente. É bem verdade que cursos rápidos e caros atendem a demanda de quem quer algo para ontem. Porém, algumas empresas, que dão curso de coaching, fizeram desse serviço um caminho certo de alta lucratividade. No dia que existir um programa sério de avaliação continuada dos profissionais de coaching que começaram, mas desistiram e aqueles que estão trabalhando, provavelmente serão revelados inúmeros problemas que esses modelos imediatistas e rápidos acabam trazendo.

Há dez anos tenho estabelecido diálogos e estudos com pesquisadores da Alemanha, Brasil e Portugal. Recentemente, estive nos EUA. A metodologia de Coaching WTS nasceu da percepção da urgência de se ter uma proposta de coaching que reconheça as demandas da sociedade no Brasil e da sociedade em rede no mundo. Ela inicia com uma formação básica com conteúdos de todas áreas do conhecimento que interferem diretamente no processo de Coaching. Em seguida, vem as especificidades das áreas que em várias partes do mundo estão presentes no Coaching. Por isso, a base da metodologia de Coaching WTS é a transdisciplinaridade e a sustentabilidade. É preciso salientar que essas duas demandas fazem parte da virada teórica que todos os cursos terão que assumir no século XXI. Tanto o Coaching quanto a sustentabilidade são áreas que jamais podem ser pensadas isoladas do todo. São essencialmente dialogais e transdisciplinares. Defendi essa nova teoria do conhecimento na tese de doutoramento em Portugal. Ainda precisamos conversar muitas questões sobre o coaching no Brasil e no mundo. Concluo dizendo que lidar com vidas, não pode haver erros, pois o barato não apenas pode sair caro, ele pode custar sonhos, famílias e vidas.

 

Dell Delambre, PhD. (Coach WTS e Consultor em Sustentabilidade)

Indicação de Coach WTS:

Leider, Richard; Shapiro, David. Reorganize sua bagagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

Dell Delambre

Coach WTS e Consultor em Sustentabilidade. Premiado pela UNESCO e no Jornal Folha Dirigida. Doutor, Conferencista e Professor Universitário.

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