Energias Renováveis, o Presente do Futuro
Desde que foi discutido o Protocolo de Quioto no Japão em 1997, fala-se da necessidade de mudar a matriz energética do mundo. Vários acordos internacionais foram assumidos no século passado para tentar minimizar ou mitigar os efeitos nocivos da poluição. As conferências sobre o clima têm mobilizado um número cada vez maior de pessoas para debater a necessidade de transitarmos para outra matriz energética no mundo. Ações acontecem em todo mundo e países fazem leis próprias. O último grande acordo foi definido na COP 21 em Paris em dezembro de 2015 e homologado por 175 países em Nova York no dia 22 de abril de 2016.
A área da sustentabilidade ainda é muito pouco explorada no Brasil. Precisamos ainda da junção de muitos fatores para se aproveite todas as possibilidades advindas dessa realidade. As energias renováveis como negócio econômico ainda têm muito a crescer no mundo e, particularmente, no Brasil. Quando estive em Portugal, enfatizei que o Brasil continua sendo um excelente lugar para investir em sustentabilidade. O Brasil possui as condições naturais e as matérias primas que favorecem a exploração de diferentes modalidades de energias. As empresas que se antecederem poderão obter excelentes retornos. Ao mesmo tempo, elas colocarão as bases dos negócios sustentáveis que ditarão os rumos da economia no mundo em pouco tempo.
A sustentabilidade é um caminho sem volta. Existem países da Europa que aproveitam o sol apenas em três meses do ano para produzir energia que é utilizada em diferentes setores. No Brasil, a região com menor incidência solar, ainda teria uma capacidade maior de produção de energia do que quase todos os países da Europa durante o ano todo. De fato, a energia fotovoltaica é uma excelente oportunidade para o Brasil. Porém, é sempre bom lembrar que, no conceito de conceito de Whole Sustainability (Sustentabilidade Inteira), as vantagens não podem ser apenas econômica e ambiental, é preciso ter atingir todas as áreas. Lembro que estava participando de um seminário internacional no setor de engenharia da Universidade Federal Fluminense e fui questionado sobre o que significava o meu conceito de Sustentabilidade Inteira. Dei o exemplo de como o relacionamento conjugal de um casal é impactado negativamente simplesmente pelo fato dos dois gastarem duas horas por dia para chegar ao trabalho e duas horas para voltar. Quando um chegava, o outro já estava dormindo; e quando o outro acordava para sair, o outro estava cansado. Por causa da mobilidade urbana, o casal foi se distanciando e perdendo a intimidade. Para esse casal o que seria a Sustentabilidade Inteira? Para eles não importava se, naquela situação o transporte coletivo trocou diesel por um combustível renovável, menos poluente. Para sustentabilidade ser inteira, ela também precisa de uma gestão inteira que torna sustentável todos aqueles que serão atingidos direta e indiretamente no processo, são os stakeholders. Por isso, as energias renováveis no Brasil também precisam ser pensadas dentro de uma amplitude que possa impactar a qualidade de vida. Essa é uma das principais razões que em meu trabalho eu interligo negócio sustentável e coaching WTS. A mesma força com que se deve impactar sustentavelmente a economia de forma que não prejudique a natureza, trazendo bem social é a força que deve investir no ser humano que vai gerenciar todo esse sistema.
Dell Delambre, PhD. (Coach WTS e Consultor em Sustentabilidade)
Indicação de Coach WTS:
Scholtissek, Stephan. Excelente inovação: como criar mercados promissores nas áreas energéticas e recursos naturais. Rio de Janeiro: Elsevier. 2012.
Wengenmayr, Roland; Bührke, Thomas (Ed.). Renewable Energy: Sustainable Energy Concepts for the Future. John Wiley & Sons, 2011.