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Por que muitos Coaches não conseguem trabalhar?

Há alguns meses, participei de um diálogo com profissionais e coaches que se formaram numa das mais conhecidas escolas de Coaching do país. A reclamação era que eles fizeram a formação, que tinha um custo alto, mas não conseguiam trabalhar como Coaches. Eles deram várias razões para o fato e até afirmaram que a busca por Coaching aumentou atualmente, porque muitas escolas prometem retorno financeiro rápido. Como a formação é rápida, une-se o útil ao agradável da conveniência, a saber, aqueles que não querem ou não podem investir num plano de carreira para um, dois ou três anos, e a escola que precisa vender o maior número de cursos por mês.

Não esqueçamos que vivemos numa sociedade do consumo, que deseja que tudo seja para ontem. Com isso, corre-se o risco de que ética, educação, cuidado do ser humano, sigilo com informações de empresas e visão crítica da realidade, que deveriam fazer parte de qualquer formação educacional e profissional, não sejam tratados com a profundidade necessária e o tempo devido.

Infelizmente, esse dilema está presente nas formações de Coaching no Brasil e em alguns lugares do mundo. Quando a educação do país já tem uma estrutura sólida nos ensinos fundamental, médio e superior, o nível da formação fica mais forte porque o profissional já chega com pressupostos. Mas, países como Brasil, que tem um grande déficit educacional e de formações profissionais inteiras, formações rápidas tendem a agravar o problema e apenas alguns de fato se beneficiam. Esse tema ainda está aberto e merecerá bastante cuidado de doutores e profissionais de Coaching quando realizarmos o Seminário Coaching 2017.

Existem vários fatores que deveriam ser abordados para se ter uma formação de Coaching séria e formar Coaches de excelência. Inclusive o acompanhamento posterior dos profissionais. Existem associações e escolas que podem fazer um bom trabalho no Brasil. Concluo que uma das dificuldades é a relação estreita entre lucro, rapidez e o tempo da formação dos Coaches. Se a escola fizer uma formação mais longa, é óbvio que deverá repensar o lucro rápido. Seria também necessário repensar o modelo de negócio quando se fala de formação de profissionais que vão acompanhar outras pessoas e equipar executivos de empresas. Por isso, as próprias escolas com notoriedade e tempo de formação no Brasil correm o risco de perderem gradativamente a credibilidade se não se aproximarem dos critérios acadêmicos e práticos exigidos para toda formação que queira receber o “status” de excelência integral.

Dell Delambre, Dr. (WTS Coaching e Consultor em Sustentabilidade)

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2009.

GOLDSMIT, Marshall. Coaching. O Exercício da liderança. Rio de Janeiro: Elsevier.

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